Lacan e o Estádio do Espelho

novembro 11, 2010 às 1:29 pm | Publicado em Notícias | 4 Comentários
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Na noite desta quarta-feira (10/11/2010), em continuidade ao ciclo de aulas sobre Lacan, a psicanalista Alice Beatriz Barreto Izique Bastos explicou o Estádio do Espelho. Segundo ela, essa teoria foi criada entre os anos de 1938 e 1940, quando Lacan concluiu que o olhar do outro é base da constituição do sujeito.  O bebê, portanto, projeta a imagem que o outro deu a ele – normalmente familiares ou pessoas próximas. Para a criação desse princípio, Lacan se subsidiou no médico e psicólogo francês Henri Wallon (1879-1962), para quem o reconhecimento da imagem da criança já representa a existência de um eu.

Se em Wallon o espelho possui um papel concreto, Lacan prefere seguir por um caminho mais subjetivo. Considera que a imagem especular do bebê tem um caráter ilusório e falso, contornado por desejos e ideais alheios. Mesmo assim, por ainda não conseguir se distinguir do outro, a criança assume a imagem como se fosse sua. O sujeito se torna uma unidade, porém virtual e alienada. Sobre isso, Lacan afirmou: “o corpo despedaçado encontra sua unidade na imagem do outro, que é a sua própria imagem antecipada”. Ocorre, então, uma confusão entre o eu e o outro, um conflito que constituíra uma etapa fundamental para a identificação primordial do sujeito.

O médico e psicólogo Henry Wallon

É exatamente por essa dimensão imaginária, por essa influência do olhar do outro, que a conquista da identidade se processa. É esse momento que define a organização estrutural do sujeito e toda sua subjetividade. A singularidade de cada um se constrói a partir desse olhar do outro, que formata o sujeito e o desloca de uma posição imaginária para uma posição simbólica. Em Lacan, essa passagem de representação de si também passa pela linguagem, decisiva para a concretização identificatória.

Complexo de Édipo

De acordo com Alice, a criança se identifica com o objeto do desejo da mãe, para em seguida perceber que essa mãe possui outro objeto de desejo, que seria o pai. Dessa forma, a criança entra no registro de castração e ocorre uma interdição de seu impulso: uma frustração. A renúncia ao objeto perdido resulta no fim da completude com a mãe. A castração simbólica separa a criança de uma relação dual e imaginária com o outro, tendo acesso ao registro simbólico da linguagem. É exatamente a resolução do Édipo que confere uma singularidade ao sujeito. Ao interiorizar a lei, o sujeito se insere na cultura e na linguagem.

Para ler sobre a primeira aula de Alice sobre Lacan CLIQUE AQUI

Para saber um pouco mais sobre Wallon CLIQUE AQUI

 

O papel do vínculo entre mãe e bebê

novembro 8, 2010 às 1:38 pm | Publicado em Notícias | Deixe um comentário
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Da revista Mente & Cérebro

A forte ligação emocional entre mães e filhos aumenta a vontade infantil de explorar o mundo – um efeito também observado no reino animal. Quanto mais seguros nos sentimos em relação à figura materna, mais propensos estamos a viver novas experiências e a correr riscos. Agora os pesquisadores descobriram que esse efeito se reflete também na vida adulta: uma lembrança do toque materno ou do som de sua voz é suficiente para mudar o humor das pessoas, afetando até a tomada de decisões. A conclusão do estudo desenvolvido na Universidade de Colúmbia pelo administrador Jonathan Levav, professor de administração, foi publicada na Psychological Science. Um grupo de estudantes de administração de empresas teve de escolher entre apostas seguras – títulos com 4% de retorno anual – e jogos arriscados, como investimentos na bolsa, por exemplo. Na metade dos casos, os pesquisadores tocavam levemente no ombro dos voluntários antes de dar as instruções. Os estudantes de ambos os sexos tocados por uma pesquisadora tiveram maior propensão a fazer apostas de risco do que aqueles confortados por um homem. “O toque feminino pode ter despertado associações primárias, inspirando a mesma atitude observada em crianças pequenas com mães que as apoiam”, explica o autor principal do estudo.

Para confirmar que um toque de uma mulher remete a sentimentos de segurança, os pesquisadores pediram a outro grupo para tomar decisões financeiras após um exercício no qual metade deles escreveu sobre uma época em que se sentiam seguros e apoiados, enquanto a outra parte abordou justamente o oposto. Evocar uma sensação de insegurança deixou os voluntários do segundo grupo especialmente receptivos ao contato das pesquisadoras e mais dispostos a correr riscos.

No entanto, o toque não é a única fonte de conforto maternal. Em outro estudo, pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison “estressaram” um grupo de meninas entre 7 a 12 anos com exercícios de matemática e oratória. Logo depois, reuniram algumas com suas mães e às outras ofereceram apenas uma ligação telefônica. As garotas que apenas falaram com as mães liberaram tanta ocitocina, o hormônio dos vínculos sociais, quanto as que puderam abraçá-las. Os dois grupos tiveram níveis igualmente baixos de cortisol, o hormônio do estresse, o que pode explicar por que tantas pessoas ligam para a mãe quando estão tristes.

Um pouco de Lacan

novembro 4, 2010 às 3:39 pm | Publicado em Curso | 4 Comentários
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A psicóloga e psicanalista Alice Beatriz Barreto Izique Bastos iniciou esta semana na Sociedade Paulista de Psicanálise um ciclo de três aulas sobre Lacan. Com mestrado pela PUC e doutorado pela USP, Alice se especializou na teoria lacaniana e, inclusive, lançou um livro chamado “A Construção da Pessoa em Wallon e a Constituição do Sujeito em Lacan”, pela editora Vozes. Nesta primeira aula, a psicanalista falou um pouco da trajetória de Lacan, do manejo clínico do francês e derrubou alguns mitos construídos em torno de um pensador que se tornou um verdadeiro mito.

A influência de Lacan na cultura francesa, segundo Alice, ocorreu principalmente durante a década de 1970, uma fase em que o mundo borbulhava pela liberdade sexual, a explosão do consumo de drogas e as revoluções da contracultura. Diante disso, Lacan se relacionou com filósofos, artistas surrealistas, músicos e intelectuais. Essa troca influenciou sobremaneira sua visão psicanalítica. Por ser psiquiatra, psicanalista e filósofo, Lacan cumpriu um papel de amplo pensador.

Seu grande objetivo era um retorno e uma releitura da obra de Freud para trazer de novo seu pensamento para o centro das discussões da intelectualidade francesa. Após duas guerras mundiais, o pensamento freudiano perdera força e o psicanalista francês percebeu que era urgente revisitar a obra do mestre. Seu retorno a Freud, porém, ganhou o reforço de sua visão da linguística, da obra de Levi-Strauss e da filosofia de Heidegger.

Foi então que algumas de suas teorias causaram polêmica na International Psycoanalytical Association (IPA). Entre elas, o estádio do espelho, em que Lacan diz que a matriz constitutiva do ego é ilusória. Ao afirmar que o ego é uma instância ilusória e não o centro da personalidade psíquica do homem, Lacan se confrontou com a psicologia do ego norte-americana, que naquele período ganhava força. Além disso, em seu famoso Discurso de Roma, o psicanalista afirmou que o inconsciente está estruturado em uma linguagem própria de significantes. Lacan, em 1964, saiu da vice-presidência da IPA e fundou a Sociedade Francesa de Psicanálise (SFP).

Essa peregrinação por diferentes instituições marcaria a vida de Lacan. Sua proposta era de total rompimento com o establishment e com as regras rígidas da IPA. Para Lacan, o analista não se autoriza senão por ele mesmo. Segundo o pensador francês, o psicanalista deve ter o compromisso de saber quando está preparado. Com seu conceito de Sujeito Suposto Saber, o papel do analista e do analisando se equivalem, sem que o psicanalista precise ser um mestre que imponha os caminhos. O analisando é o único que pode se conhecer e mudar sua realidade.

Sua segunda excomunhão, como ele mesmo chamava, ocorreu em 1980, quando saiu da SFP e fundou a Escola da Causa Freudiana. Mais uma vez, Lacan se desligava das amarras institucionais e impunha como primordial seu próprio pensamento, independente de seguidores. Os lacanianos, que começavam a aparecer, não o fascinavam: Lacan continuava se dizendo freudiano, com a intenção de não criar um movimento de fiéis seguidores. Ele buscava a verdade em sua teoria, sem institucionalizá-la ou engessá-la. Para ele, a análise confronta o sujeito com a sua verdade, pela qual ele é constituído.

Fórum de debates – Relacionamentos Afetivos

outubro 28, 2010 às 3:00 pm | Publicado em Fórum de Debates | 11 Comentários
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RELACIONAMENTOS AFETIVOS

No “FÓRUM DE DEBATES” de novembro

08/11/2010 – das 19h às 21h

A Sociedade Paulista de Psicanálise promove mensalmente o “Forum de Debates” com temas diversos e atuais com o intuito de trazer a tona reflexões sobre questões cotidianas. No debate deste mês, Relações Afetivas, o objetivo é identificar:

Relacionamentos Afetivos

  • A natureza do desejo – o imediato e o perene
  • Sexualidade, ontologia  e sublimação
  • Mudanças sociais recentes
  • Características e arquétipos do feminino e do masculino e a inclusão da homossexualidade
  • Narcisismo e as dificuldades de comunicação
  • Níveis de consciência e relacionamentos fundados na alteridade
  • Apresentação de caso

Coordenação: Vera Lucia Muller Ando

Apresentação por Walter Mattos: Psicólogo clínico e organizacional; Consultor de negócios. Formado em Engenharia (CREA 195.888) e Psicologia (CRP 06/89198), com pós-graduação em Marketing pela ESPM e MBA pela Business School São Paulo e Universidade de Toronto. Especialista em farmacodependências pela Escola Paulista de Medicina e membro do PROAD, Programa de Orientação e Atendimento a Dependências da UNIFESP. Sócio gerente da BrainWork, empresa com atuação em pesquisas de mercado, gestão humana e desenvolvimento de negócios. Atua como voluntário nas ONG’s Associação Maria Helen Drexel, de menores acolhidos, e GAASP, Grupo de Apoio à Adoção de São Paulo. Coordenador Técnico/Terapêutico do Grupo “Mulheres de Atitude”. Membro do Núcleo de Integração- Psicologia Analítica, Psiquiatria e Neurociências da SBPA. Docente convidado da Sociedade Paulista de Estudos e Aprofundamentos em Psicanálise.

Investimento: R$15,00 para associados e R$30,00 para não associados.

Dirigido ao público em geral

Inscrições:  De 2ª a 5ª, das 14h30 às 20h30; 6ª feira, das 11h30 às 16h – Beth

Local: Sociedade Paulista de Psicanálise – Rua: Humberto I, 295 – Vila Mariana – Tel.: 5539-6799 sppsic4@terra.com.br – Inscrições abertas até 05/11/10 Vagas Limitadas

Adoção por casais com filhos biológicos exige mais atenção

outubro 27, 2010 às 3:34 pm | Publicado em Notícias | Deixe um comentário
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Do Portal Psique / Agência USP

A experiência de pais que já têm filhos biológicos e partem para a adoção, analisada em pesquisa da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, é caracterizada por intensa carga emocional, sendo permeada por afetos ambivalentes, alternando alegrias e tristezas, conquistas e dificuldades, temores e confiança. O estudo recomenda que os profissionais da área de psicologia sensibilizem-se no que diz respeito aos interesses de todos os membros do grupo familiar, inclusive os filhos biológicos, tendo em mente a Nova Lei da Adoção, em vigor desde 2009.

A pesquisa da psicóloga Lívia Kusumi Otuka investigou a experiência da adoção por casais que já possuíam filhos biológicos, destacando as fantasias conscientes e inconscientes em relação ao processo de adoção, bem como a forma como se constrói a parentalidade adotiva nesses casos, em comparação à biológica. Para alcançar os objetivos propostos, foram entrevistados seis casais. “Eles revelaram que a chegada da criança ao lar trouxe intensas alegrias, bem como preocupações e dificuldades”, diz a pesquisadora.

Lívia afirma que na transição para a parentalidade adotiva, esses desafios puderam ser encarados e superados para a construção do relacionamento afetivo entre pais, filhos e irmãos. “Os filhos biológicos mostraram-se bastante empenhados nos cuidados do irmão adotivo, segundo o relato dos pais”, observa. “Eles parecem, também, ‘adotar’ a nova criança, oferecendo-lhe um espaço no imaginário da família, preocupando-se com a educação e com o provimento de melhores condições, tanto materiais, como afetivas.”

A partir do discurso dos casais, foram identificadas diversas fantasias que permeiam o universo da adoção, já discutidas na literatura científica. Entre elas, a pesquisadora faz referência à fantasia inconsciente de roubo do filho adotivo. “Os pais sentem como se estivessem roubando a criança de seus genitores biológicos, como se a adoção correspondesse, no plano inconsciente, a um ato delitivo. Parece haver, ainda, um temor de que a mãe biológica possa retornar e reivindicar a criança adotiva que lhe foi roubada”.

Ambiente

As entrevistas foram analisadas qualitativamente, a partir da teoria proposta pelo psicanalista inglês Donald Woods Winnicott (1886-1971), que dá ênfase à importância do ambiente para o desenvolvimento da criança. Este autor propõe que, a partir do provimento de um ambiente suficientemente bom, capaz de reconhecer e atender as necessidades do bebê na medida exata, a criança pode desenvolver-se, amadurecer e, de fato, existir no mundo.

Nesse contexto, a pesquisadora considera de vital importância as vivências de cuidados parentais durante a primeira infância, pois elas influenciam o modo como a pessoa irá se desenvolver posteriormente. “Deve-se considerar que futuras dificuldades apresentadas pela criança podem estar relacionadas a experiências bastante antigas, até mesmo anteriores ao processo de adoção. As vivências de abandono precoce podem repercutir posteriormente na forma como ela irá se relacionar com seus pais adotivos, podendo mostrar-se extremamente sensível a qualquer possibilidade de separação”, enfatiza.

Para Lívia, os profissionais envolvidos com a temática da adoção no Brasil precisam facilitar e favorecer condições para a construção de ambientes familiares saudáveis. “São elementos fundamentais para que a família se constitua em um espaço privilegiado de transmissão e construção de valores, saberes, práticas e trocas afetivas, oferecendo um contexto de desenvolvimento tanto para os filhos adotivos, quanto para os demais membros da família.”

A pesquisa faz parte do trabalho de Iniciação Científica Adoção suficientemente boa: experiência de um casal com filhos biológicos, orientada pelos professores  Manoel Antônio dos Santos, da FFCLRP, e Fabio Scorsolini-Comin, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). O estudo recebeu a terceira colocação no I Prêmio Recém Formado da Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul, destinado a monografias de alunos formados há, no máximo, dois anos, em todo o país. Lívia graduou-se em Psicologia pela FFCLRP no início de 2010.

 

 

 

Olivan Liger na SPP

outubro 20, 2010 às 5:38 pm | Publicado em Grupo de Estudos | Deixe um comentário
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O professor e psicanalista Olivan Liger de Oliveira, diretor científico do Sindicato dos Psicanalistas do Estado de São Paulo (Sinpesp), ministrou aula na Sociedade Paulista de Psicanálise (SPP) na última segunda-feira (18/10). Perante os alunos que fazem parte do Grupo de Estudo da Obra de Freud, Olivan falou sobre o livro “Projeto para uma psicologia científica”.

Conectando as ideias de Freud apresentadas nesta obra, escrita em 1895, com os conceitos modernos da neurociência, o psicanalista fez um paralelo histórico, mostrando a importância do trabalho intuitivo de Freud no fim do século XIX. Muitas das teorias de Freud apresentadas no projeto serviram como base e início das investigações que levaram aos conhecimentos de hoje da neurociência.

Muito elogiado pelos alunos ao final da aula, o professor também apresentou seu livro: “Um Olhar Psicanalítico Sobre a Contemporaneidade e suas Emergências”, da editora carioca Livre Expressão, que tem por objetivo correlacionar alguns conceitos psicanalíticos com estudos neurocientíficos junto à carência de obras específicas e direcionadas à formação psicanalítica no Brasil.

A aula de Olivan demonstra a determinação da Sociedade Paulista de Psicanálise em se aproximar do Sinpesp e se fortalecer no meio psicanalítico. Com uma reforma no currículo, aumento de carga horária e a ampliação do corpo docente, a sociedade passa por um momento de constantes melhorias de sua estrutura.

Para comprar o livro de Olivan CLIQUE AQUI

Fórum de Debates – Dependência Química

setembro 30, 2010 às 5:15 pm | Publicado em Fórum de Debates | Deixe um comentário
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No “FÓRUM DE DEBATES” de outubro – 04/10/2010 – das 19h às 21h

A Sociedade Paulista de Psicanálise promove mensalmente o “Forum de Debates”

com temas diversos e atuais com o intuito de trazer a tona reflexões sobre questões cotidianas. No debate deste mês, Dependência Química, o objetivo é identificar:

  • As drogas e seu contexto sócio-histórico
  • Classificação e tipos de substâncias
  • Critérios e definições de uso, abuso e dependência
  • Psicodinâmica da dependência química – variáveis neurológicas e psíquicas
  • A dependência nos mitos e histórias clássicas
  • Alternativas de tratamento na vertente psicodinâmica e psicanalítica
  • Apresentação de caso

Coordenação: Vera Lucia Muller Ando

Apresentação por Walter Mattos: Psicólogo clínico e organizacional; Consultor de negócios. Formado em Engenharia (CREA 195.888) e Psicologia (CRP 06/89198), com pós-graduação em Marketing pela ESPM e MBA pela Business School São Paulo e Universidade de Toronto. Especialista em farmacodependências pela Escola Paulista de Medicina e membro do PROAD, Programa de Orientação e Atendimento a Dependências da UNIFESP., empresa com atuação em pesquisas de mercado, gestão humana e desenvolvimento de negócios. Atua como voluntário nas ONG’s Associação Maria Helen Drexel, de menores acolhidos, e GAASP, Grupo de Apoio à Adoção de São Paulo. Coordenador Técnico/Terapêutico do Grupo “Mulheres de Atitude”. Membro do Núcleo de Integração- Psicologia Analítica, Psiquiatria e Neurociências da SBPA. Docente convidado da Sociedade Paulista de Estudos e Aprofundamentos em Psicanálise.

Investimento: R$15,00 para associados e R$30,00 para não associados.

Dirigido ao público em geral

Inscrições: antecipadas na secretária com Beti.

De 2ª a 5ª, das 14h30 às 20h30.

Local: Sociedade Paulista de Psicanálise – Rua: Humberto I, 295 – Vila Mariana –
Tel.: 5539-6799 – sppsic4@terra.com.br

Inscrições abertas até 30/09/10 Vagas Limitadas

Palestra – Da gestação ao casamento

setembro 7, 2010 às 8:30 am | Publicado em Palestra | Deixe um comentário
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VIDA INTRA-UTERINA

– Visão atual da vida intra-uterina
– Como o bebê recebe as emoções da mãe.
– Participação do pai desde a gestação
Objetivo: A importância  da preparação dos pais  para poderem acolher adequadamente o bebê, este ser totalmente frágil físico e emocionalmente.

O NASCIMENTO E INFÂNCIA

– Simbiose
– Como o bebê percebe o mundo
– Formação da Personalidade:Identificação
– Como se formam os traumas.

Objetivo:
Esta é a fase, juntamente com a gestação, mais importante da vida do ser humano. É nesta fase que se formam os traumas e o relacionamento da vida adulta será baseado no que a criança vivenciou com seus pais e irmãos.

RELACIONAMENTO ENTRE CASAIS

–  Imaturidade emocional
–  Uso de suportes
–  Seqüência emocional
–  Modelos
–  Viver relacionamentos não reais
Objetivo: Enfoque nos conflitos existentes na vida adulta, seja entre casais, na família, no trabalho, no grupo social, etc.


Porque as emoções atrapalham todos os relacionamentos?

Coordenadora: Maria Gertrudes Bim
Local: Sociedade Paulista de Psicanálise
Rua Humberto I, 295 – Vila Mariana-SP
Fone: (11) 5539-6799

Dia: 02 de outubro de 2010 (sábado)
Horário: 10:00 horas
Valor: 35,00 (trinta e cinco reais)
Associados: R$30,00 (trinta reais)
Duração: 2:30 horas

Vagas limitadas

Inscrições até o dia 28/09/2010

Crise de Meia Idade – Encontrando a saída – Parte 5 – Final

setembro 6, 2010 às 10:00 am | Publicado em Artigos | Deixe um comentário
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Encontrando a saída

Entenda porque a crise de meia idade masculina é descrita por psicoterapeutas e médicos como um dos mais desestruturantes processos experimentados por um homem

Parte 5 – Final

Fernando Savaglia

Mas todos os homens estariam fadados a enfrentar a crise de maneira turbulenta? “Acredito que alguns homens não apresentam os sintomas, mas internamente este rearranjo é inevitável”, opina Peixoto.

Já Luvizotto acredita que os grandes conflitos que acometem muitos homens no período são causados pela falta de preparo ao longo da existência para o encontro consigo mesmo na segunda metade da vida, ressaltando que cada caso deve ser analisado de maneira particular. O analista junguiano faz uso de  uma analogia para explicar seu ponto de vista; “podemos imaginar a primeira etapa como se estivéssemos subindo uma montanha e a segunda, como se estivéssemos descendo. Alguns subiram de costas, fixados em algo e com a tendência de descer se agarrando e resistindo ao processo. Há alguns, porém, que vão se agarrar de tal maneira que nunca vão descer. Estes  são os indivíduos que têm o desejo de nunca se tornar adultos”.

Já na visão do psicanalista Eduardo Moreira, alguns homens não passam pelo processo, da mesma forma que existem muitas crianças que não vão para a função de sujeito. “O sujeito é aquele que não precisa mais ser interpretado. Ele interpreta.  Conheço homens com 60 anos que continuam no ideal do pai ou da mãe”. Para o terapeuta, o desenvolvimento do homem se dá no plano simbólico e, como tal, não há garantia do que vai acontecer. “A  metanóia ativa a pulsão de morte e você inicia o processo tentando não vivê-lo. Essa paixão que descrevemos como a que geralmente desencadeia a crise é, antes de tudo,  um investimento na não aceitação da falta”.

Todos os entrevistados para esta matéria foram unânimes em afirmar que a crise, seja ela aguda ou não, requer uma mudança estrutural e de significados na própria vida, o que pode levar o individuo a lidar com seus processos psíquicos de uma maneira muito mais sábia.

“Não podemos tratar o processo como neurose, mas como uma voz da essência. É preciso alinhar o sujeito com ele mesmo para que ele consiga ir na direção que necessita na vida, trabalhando a perda, o desligamento do imaginário familiar do qual ele está se divorciando”, opina Moreira. O psicanalista aponta ainda um ponto crucial na terapia dos indivíduos que enfrentam a crise: “eu diria que a ‘metástase’ da metanóia é à volta ao passado. É fundamental se trabalhar a libertação da pessoa em relação ao passado. Podemos comparar essa crise como uma febre que não se deve diminuir. É obvio que não podemos deixar a febre matar o paciente, porém, é ela que vai tornar o ambiente inóspito ao vírus, que no caso é justamente o passado”.

Carl Gustav Jung usava o termo sacrifício para designar a renúncia de uma atitude psicológica em prol de uma com um significado mais profundo e abrangente. O processo, por vezes muito sofrido, imposto pela metanóia daria, segundo a visão do médico suíço, frutos que levariam o homem rumo a sua completude.  “A metanóia pode desencadear uma crise muito benéfica. É possível se passar pelo processo de uma maneira mais criativa, possibilitando assim a passagem para a segunda metade da vida com uma bagagem muito positiva”, ressalta Luvizotto .

Também na visão de Moreira a superação da crise reserva ao indivíduo uma sensação de conquista. “É comum, após a crise passar, você se sentir muito mais alinhado com você mesmo. Por mais sofrida que seja, essa crise pode te levar para o lugar em que você deveria estar. É um processo necessário e eu diria que passar por ele é um privilégio”.


A crise masculina na literatura…

  • Fausto – Goethe
  • Quando Nietzsche Chorou – Irvin D. Yalom
  • Alta Fidelidade – Nick Hornby
  • Lolita – Vladimir Nabokov

…e no cinema

  • Lolita – 1962
  • Beleza Americana – 1999
  • Alta Fidelidade – 2000
  • Alguém Tem Que Ceder – 2003
  • Jornada da Alma – 2003
  • O Gatão da meia idade– 2006

Para saber mais…

  • Metanoia e Meia Idade – Dulcinéa da Mata Ribeiro Monteiro
  • Homem – A chave do entendimento dos três níveis da consciência masculina – Robert A. Johnson


“O grande impasse do desenvolvimento psicológico é a fixação”.

José Marcio Luvizotto – analista junguiano.

“A sensação é a de que quando eu descobri as respostas, a vida mudou as perguntas”.

Eduardo Albano Moreira – psicanalista


Crise de Meia Idade – Projeção – Parte 4

setembro 5, 2010 às 8:30 am | Publicado em Artigos | 1 Comentário
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Projeção

Entenda porque a crise de meia idade masculina é descrita por psicoterapeutas e médicos como um dos mais desestruturantes processos experimentados por um homem

Parte 4

Fernando Savaglia

Jung descrevia a projeção como um elemento presente ao desenvolvimento psíquico de todas as pessoas. A maneira como ela se dá na metanóia é explicada por Luvizotto: “ao projetar na mulher por quem está apaixonado, o homem busca na verdade um contato com seu mundo interior. Posteriormente ela passa a ser uma função de relação e aí não existe mais a necessidade da projeção. Ao reintrojetar, percebe que o que estava atribuindo a ela na verdade era seu”. Para o analista, é só a partir daí que o sujeito vai ter condição de dimensionar o que realmente sente pela pessoa. Luvizotto gosta de citar a frase de uma antiga canção gravada por Milton Nascimento que ilustra o processo: “onde estará a rainha que a lucidez escondeu?”.

A opinião é corroborada pelo médico e psicoterapeuta Eduardo Peixoto. “Essa paixão nada mais é do que estender para o outro este feminino que floresce dentro de si. Existe uma ilusão de que é possível lidar com esta porção feminina externamente”.

A já falecida psiquiatra Nise da Silveira, aluna de Jung e um dos nomes mais importantes da psicologia analítica no Brasil, ao escrever sobre o tema no livro Jung – Vida e Obra ressaltou o desamparo sofrido pelo individuo ao confrontar sua anima, “o homem esperará que a mulher amada assuma o papel de mãe, o que leva a modos de comportamento e a exigências pueris gravemente perturbadoras das relações entre os dois”. Não é raro a situação tomar contornos mais dramáticos e confusos, como opina Peixoto, “principalmente se a mulher em questão  está buscando no homem mais velho a figura de um pai”.

É comum se constatar que durante a metanóia muitos homens que se acreditavam donos de grande autoconfiança em relação aos jogos de sedução se desestruturam a ponto de terem avassaladoras crises de ciúmes motivadas pela ansiedade instaurada. O psicanalista argentino J. D. Nazio,  em uma de suas mais interessantes obras, O Livro da Dor e do Amor ,descreve assim o que seria o momento mais agudo da dor da paixão: “veremos a dor aparecer como um afeto não tanto provocado pela perda do ser amado, mas sim pela autopercepção que o eu tem do tumulto interno desencadeado por essa perda”.

Para Moreira, a estrutura triangular presente no complexo de Édipo descrito por Freud tem um papel fundamental durante o processo, “o triangulo acontece quando existe um desinvestimento por parte do objeto em você. No início da relação você está num ego ideal, você se sente fálico e poderoso, daí se apaixona e depois triangula e, às vezes, não só com a pessoa, mas com o mundo dessa mulher mais jovem. Provavelmente, vai sentir muito ciúme”. O analista ressalta  o quão desgastante pode se tornar a crise, tanto no aspecto físico como mental: “às vezes, estamos lidando com o limite do funcional. Devido à enorme ansiedade despertada pelo processo, o ramo simpático fica ligado o tempo todo, o metabolismo vai a mil. É comum o sujeito se sentir exaurido”.

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